À Lua
Digo que:
se entre sol e lua tiver de escolher,
fico com a Lua.
O sol é egoísta,
gosta da solidão.
Quando reluz
só que quer que a ele vejamos.
Impede o brilho das estrelas de chegar a nossos olhos. No céu-além, apenas o infinito. No céu-aquém, no máximo, algumas nuvens a flutuar na imensidão azul. Já a lua...
Ela é altruísta.
Sabe dividir o palco.
Ela nunca está só
sempre há outros astros a acompanhá-la.
Quando brilha permite que vejamos as estrelas. Reluz sempre imersa num mar de fulgores.
Mas, mesmo em meio a tantas luzes, ela rouba a cena do negro breu da noite.
E meus olhos são apenas dela,
mesmo o brilho dela não sendo apenas meu.